O homem Naamã – Aparência x Essência
Naamã era grande perante os outros. Tinha
autoridade, posição, títulos, riqueza, poder e glória humana, “porém era leproso”.
O “porém” desvaloriza tudo o que foi dito antes. Na intimidade ele sabia que
era um enfermo. Suas roupas militares eram bonitas, talvez repletas de
medalhas, mas, por baixo delas, sua carne apodrecia.
Naamã era um homem de guerra e, através de seu
comando, a Síria se tornou um grande país. Mas a lepra o impediu de desfrutar
tudo aquilo que conquistou. Ele tinha tudo, mas não tinha nada. A pior coisa na
vida de um homem é ter algo que não pode desfrutar.
Vimos no 1º mergulho que Deus já havia estabelecido
o propósito de afundar de uma vez a SOBERBA do grande comandante, porque ao
vencer seu orgulho indo procurar ajuda de um antigo rival, e também o
preconceito de lavar-se em um rio sujo e que acima de tudo não estava em suas
terras, mais uma vez o homem prova que ao descer de sua posição para obedecer a
Deus e estar na sua total dependência, temos o sucesso garantido. O homem só é
cheio de Deus, quando alcança o estágio de total esvaziamento de si mesmo.
No 2º mergulho, começa a aumentar em grande
potência algo que tem paralisado a muitos, que é a DUVIDA. A dúvida rouba a fé,
e mina as esperanças. Quando duvidamos do nosso propósito, das promessas de
Deus e da eficácia da igreja de Cristo na terra, em pouco tempo estaremos
vivendo a escassez e solidão.
Para mergulhar no rio, é provável que Naamã
precisasse tirar a sua roupa, revelando sua lepra perante os seus servos. Seria
humilhante para ele. Então no 3º mergulho Naamã vence a VERGONHA, não apenas de
toda sua condição física, mas a vergonha de estar fazendo algo que ele não
sabia que poderia dar resultados bem diante dos olhos de seus escravos. Ele
devia descer ao rio, descer da sua posição, descer do seu orgulho.
Deus estava querendo ensinar-lhe que a obediência
parcial não resolve. Queremos resultados imediatos. O homem moderno,
principalmente, quer tudo “para ontem”, mas Deus não faz as coisas do nosso
jeito. Naamã obedeceu completamente à palavra do profeta, ou seja, a palavra de
Deus. Esse 3º mergulho revela o poder mais sobrenatural de todos, que é o poder
de Cristo fazendo-se pecado e vergonha para vencer o inferno e tomar as chaves
de Satanás. Por Cristo não ter tido nenhuma vergonha ao se expor ao ridículo
naquela cruz, o mínimo que Ele espera de nós é uma reação extravagante diante
de Sua presença. Se queremos viver algo de Deus que nunca vivemos, temos que
fazer algo para Ele que nunca fizemos.
O nível do sacrifício que oferecemos a Deus,
determinara o nível de manifestação de Sua presença. No livro de João capitulo 4, Jesus passa por
Samaria (e a bíblia ainda diz que era necessário que isso acontecesse). Jesus
se encontra com uma mulher em um dos seus piores estado de vergonha, com quatro casamentos falidos, e um adultério em seu currículo. Essa vergonha é exposta
exatamente por causa da hora que ela estava buscando água, uma hora que nem uma
mulher mais pegava água do poço. Mas era necessário que Jesus passasse por
Samaria naquela hora, vencendo todo preconceito de falar com um samaritano e
ainda pior, uma mulher.
Jesus começa uma conversa informal. Até, que aquela
mulher revela sua real necessidade, e o melhor de tudo que era para pessoa
certa, a única pessoa que podia curar suas necessidades. Jesus se revela como
profeta, e como o Messias, que viria saciar a sede. Então Jesus faz uma de suas
mais poderosas declarações: - “Mas a hora vem e é agora, em que os verdadeiros
adoradores, adorarão ao pai, em espírito e em verdade”(João 4:23). Ou seja, Deus
está buscando adoradores que adorem ao pai, fundamentados na Palavra, que
conheçam profundamente a Palavra, porque o mesmo Jesus nos diz que “aquele que
tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama”(João 14:21). Ou seja,
a maior prova de que amamos a Deus é o tanto que nos interessamos por sua Palavra. E também adoradores que adorem em espírito. Esse é o âmbito
sobrenatural que Deus quer que O adoremos.
Sem reservas, sem timidez, sem preconceitos. O medo
de adorar a Deus muitas vezes revela o quanto estamos submergidos na intimidade
com Ele. O nível da minha sede de Deus determinará o nível de sua manifestação
a mim. A minha atitude diante de Deus, revela mais do que as minhas palavras
podem dizer.
Talvez dentro de si, Naamã sabia que existia um Deus
que o ajudava em suas batalhas, porém havia um medo em Naamã de revelar sua fé.
Até mesmo porque toda sua nação, inclusive, seu rei que o estimava tanto, servia
a outros deuses. Esse medo é exposto até mesmo depois de sua cura no versículo 17, onde Naamã pede para Elizeu a permissão para levar um pedaçinho da terra de
Israel, para que ele pudesse adorar a Deus na terra de Deus. Isso prova além do
medo de voltar a sua terra e expor sua nova fé no Deus verdadeiro ao seu povo, tem também a falta de revelação de Naamã em achar que Deus se limita a
manifestar-se em um só lugar.
Isso me mostra, que provavelmente quando formos submergidos nesse 3º mergulho da libertação da vergonha, nossa vergonha de nos
expor a Deus não desaparecerá da noite para o dia, porém, se tivermos a atitude e
a vontade de que ela desapareça ao longo do tempo, seremos os adoradores mais
extravagantes que Deus está procurando. Eu não sei qual o nível da sua timidez
para adorar a Deus, o que eu sei é que Deus quer que você vença isso hoje. Amém???
Dayene Roberta.
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