Amizade para o dicionário Aurélio é: um sentimento de fiel
afeição, simpatia, estima ou ternura entre pessoas que geralmente não são
ligadas por laços de família ou por atração sexual. Graças a Deus posso dizer
que tenho convivido entre amigos (poucos, mas valiosíssimos) destemidos e
corajosos o suficiente para serem sinceros e honestos, amigos que possuem
esclarecimentos e maturidade suficientes para perceberem algumas sutilezas da realidade
da vida, amigos que não tem vergonha de falar aquilo que pensam, que não tem
medo de abrir os olhos para me mostrar à verdade, amigos que não maqueiam a
realidade para embelezar uma situação, tampouco coloca uma máscara que possa
esconder as raízes dos problemas vitais. Quantos de nós realmente podemos
agradecer a Deus por ter-nos presenteado com amigos verdadeiramente abençoados
que tem edificado nossas vidas??? Eis uma grande oportunidade para refletirmos
a respeito dessa questão.
É muito difícil confessarmos erros dos mais secretos, e
admitirmos autos-questionamento que confrontem o nosso próprio padrão de vida;
difícil enxergar certos buracos da nossa alma que há tanto tempo tapamos
jogando algum material não muito profundo por cima. Reconhecer que vivemos
rasamente, em contraposição a profundidade que muita das vezes pregamos. Nessas
horas, conto com pessoas, que sem medo de errar, têm me ensinado com
intensidade cada vez maior, que vale a pena passar por todas as dificuldades e
vencê-las. Amigos que tem me ensinado que mexer em feridas, (ainda que isso
atraia olhares contrariados e condenadores), faz bem à alma e dá PAZ a
consciência. Basta um olhar, um comentário, um desabafo, uma colocação, uma
confirmação, um questionamento, uma constatação sincera, uma pergunta, uma
expressão espontânea, uma preocupação, ou uma simples percepção desses meus
perspicazes amigos, para meu belo “frágil mundo” ruir, permitindo que minhas
feridas ignoradas possam novamente se fazer doer.
Essas pessoas, que aprouve a Deus aproximar de mim para
compartilhar da minha vida, não tem medo de me dizerem o que quer que seja; e é
exatamente isso que me faz amá-las de maneira ainda mais convicta e especial.
São como anjos de luz a iluminar-me pela longa jornada de volta pra casa,
clareando não só à parte percorrida com os pés e o alvo do olhar atento, mas
também os cantos obscuros em que se escondem meus aspectos mais subjetivos:
minhas feridas, princípios que impensadamente me governam (Rm 7:15), o lado
negro de mim mesma e de tudo o mais que me cerca. Dou Graças e Exalto o nome do
Senhor, por ter me cercado de pessoas tão especiais....
Entretanto, ainda mais penetrante do que a opinião de amigos
é o toque sobrenatural do Senhor sobre nossa alma; é o olhar de Cristo a nos
fitar profundamente, revelando a nós algumas verdades que insistimos em
ignorar. Ele também não esconde aquilo que nos dói, não tapa as feridas nem as
faz desaparecer, mas nos convida a curá-las aos Pés da Cruz.
Num dia desses, graças ao olhar de Cristo sobre mim, e as
várias conversas com meus destemidos e brilhantes amigos, dei de cara com
velhos buracos, antigas feridas e alguns princípios esquecidos dentro de mim. O
encontro foi doloroso e marcado por lágrimas, porém absolutamente necessário;
e, certamente, menos dolorido do que a convivência que cegamente os ignorasse e
fingisse desapercebê-los. Afinal, nada pode ser mais dolorido do que viver de
máscaras.
Que Deus nos ajude, com Seu imenso amor e através dos AMIGOS
que nos cercam, a tirar de nós as máscaras, e nos faça ter força para enxergar
e viver a realidade como ela é, e transformá-la no que preciso for. A realidade
que não é bela como belas são as máscaras que usamos todos os dias, mas cuja
falta de beleza estética compensa-se na beleza profunda que somente a verdade
pode ter, e na força com a qual apenas a transparência consegue atravessar o
olhar.
Que assim seja!!!
Dayene Roberta
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